terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Quando o profissionalismo é esquecido.

Me encanta a transformação que o futebol pode fazer na vida dos grandes jogadores. É a história que se repete de maneira incrível. O menino de família pobre mas com um talento absurdo com a bola nos pés, o menino que joga na areia, no campinho de futebol, na rua de terra, no quintal de casa e na sala de casa.
Quando ele aparece para o futebol, invariavelmente é tímido, não se dá bem com a câmera, nem olha direito para ela, rí de tudo de tanta vergonha sabendo que tanta gente tá olhando para ele naquela hora.
Aí vem o primeiro grande time brasileiro, viagens pelo país, séria A do Brasileirão, TV, programa esportivo, mesas redondas, mulherada, carrão.
Aí vem o contrato com um time europeu. Se o moleque for craque mesmo o destino é Espanha, Inglaterra e Itália.
Aí vem a grana grossa, a mulherada linda (e européia), balada em Madrid, Milão, Londres e assim vai. Mas o cara joga muito, tem 23 anos, faz gol...tudo bem.
Aí vem a Seleção Brasileira, o valor do passe vai à lua e ele (aquele menino pobre, dos campinhos de terra), conquista o mundo.
Fica uns 8, 10 anos na Europa e aí o futebol começa a cair, as baladas não perdoam.
Mas ele tem um nome e consegue um contrato para jogar na França, Portugal, mas se não der...Oriente Médio!
Fica mais uns 3, 4 anos e aí volta para o Brasil. Time grande, Série A...mas jogar com o Atlético Goianiense?? Ele jogava contra o Chelsea, contra o Manchester United, contra o Milan...ahhhh, não dá não...É mais legal as baladas e a mulherada gata daqui.
Chegar tarde ao treino uma vez só? Dá um desconto né diretoria.
Segunda vez atrasado, mais duas contusões no trimestre, ficar sem jogar, 2, 3 ou 6 partidas em 3 meses? tranquilo, quando eu voltar arrebento.
2 meses sem fazer um gol, peso difícil de manter...hoje nem apareceu no treino, está mal, de cama.

Essa pequena história é um paralelo do que temos visto no futebol brasileiro com os jogadores que sairam daqui, ganharam o mundo e voltaram para encerrar a carreira.
Encerrar carreira? Que carreira? Hoje eles não tem mais carreira, são ex-jogadores em atividade.
As torcidas, qu eu entendo perfeitamente, ainda vêem o jogador como aquele que jogava a Liga dos Campeões, mas ele não é mais esse.
Ronaldão que não conseguiu manter o peso e era pego em todas as baladas de S.Paulo e Rio de Janeiro, Ronaldinho Gaúcho que está mais preocupado em melhorar o seu contrato do que jogar pelo Flamengo, Adriano que é um atleta que envergonha a categoria toda estão aqui, ganhando ainda milhões por mês "graças" as jogadas de marketing esportivo e empresários que querem a sua marca agregada a estes jogadores.
Todos só esquecem uma coisa, eles não são mais jogadores profissionais, são sombras do seus passados de glória. Aproveitam-se das oportunidades que surgem e vem para o Brasil jogar (jogar?).
Há quanto tempo não vemos Ronaldinho Gaúcho jogar bem duas ou três partidas seguidas, Ronaldo quando estava no Corinthians teve raros momentos de genealidade e que lembravam o Ronaldo gênio lá de trás e Adriano....esse não dá para comentar, por onde passa é uma desgraça. É tão raro ver bons momentos dele que para quem eu pergunto sobre Adriano Imperador a resposta é: Mas você lembra do gol dele contra a Argentina no último minuto? E só.
O profissionalismo dos astros termina quando o futebol deixa de ser competitivo. Foi assim e assim será. Com raras, raras exceções vemos issoao longo do tempo.